O
ESPIRITISMO E A EMPATIA*
Morel
Felipe Wilkon
O
Espiritismo ensina que somos iguais em essência, que
todos fomos criados simples e ignorantes. Você consegue se
colocar no lugar do outro? Consegue sentir o mundo do outro como se
fosse o seu próprio mundo? A palavra que se usa para designar essa
capacidade é “empatia”, que quer dizer “entrar
no sentimento”.
É uma das mais úteis ferramentas para a reforma
íntima.
Se
você tem essa capacidade, você é alguém que consegue perceber as
coisas de que não gosta em si mesmo. Se
você desenvolve a empatia é porque você reconhece com clareza as
características desagradáveis de sua personalidade.
Concorda com isso? Raciocine comigo: Se você não reconhece o que
tem de podre em você, como vai compreender os podres do outro? Se
você não nota os seus próprios sentimentos desajustados, como vai
entender as loucuras do outro? Se você nunca viu dentro de si mesmo
um abismo de possibilidades macabras, como aceitar que alguém seja
capaz de insanidades pérfidas?
Por
outro lado, se você não consegue compreender o outro, provavelmente
você não tenha recebido o entendimento, por parte dos outros, de
suas próprias necessidades e sentimentos. Se no decorrer de sua vida
você não teve suas necessidades preenchidas, como compreender as
necessidades do próximo?
Qual
é a sua reação quando toma conhecimento de uma dessas tragédias
televisivas? Você consegue se colocar no lugar do algoz ou só tem
pena da vítima? Você condena imediatamente o criminoso de um desses
crimes bárbaros, de uma dessas tragédias familiares chocantes? Você
nunca sequer tentou se colocar no lugar de
um desses nardonis da vida?
Eu sim. Eu confesso que muitas vezes sinto mais compaixão pelo autor
do crime do que pela vítima. Não podemos esquecer a
Lei de causa e efeito
e suas consequências para o espírito
imortal.
Eu
sei tudo o que já senti, de bom e de mau. Sei que as possibilidades
humanas são imensas, do diabólico ao angelical. E sei que há
momentos dificílimos na vida das pessoas. Há momentos de crise que
são terríveis, e se a força moral não é suficientemente sólida,
perde-se o controle sobre si mesmo. Se a fé não é forte o
bastante, qualquer um sucumbe ao peso de uma crise instantânea.
Você
não concorda? Eu não tenho a menor pretensão de querer que você
concorde comigo. Mas procure analisar a si mesmo antes de responder:
Você não concorda porque é indiscutivelmente imune ao desespero?
Ou você não concorda simplesmente por não conseguir entender o que
leva alguém a perder a cabeça desse jeito?
Mas
não precisamos ir tão longe. Dentro
do seu lar, dentro do seu grupo familiar, você consegue desenvolver
a empatia?
Você consegue perceber o mundo do outro como se fosse o seu próprio?
Talvez você não saiba que a autoestima de cada um depende disso.
Cada membro do grupo familiar quer se sentir importante, quer ter
seus sentimentos respeitados. Às
vezes a empatia é tudo o que uma pessoa precisa dentro de sua
família.
A ausência de empatia, a falta de compreensão, talvez seja a
principal causa do fim de muitos relacionamentos promissores.
É
a falta de empatia que faz com que as pessoas julguem e condenem,
pois só se baseiam em seus próprios princípios.
É a falta de empatia que leva as pessoas a acharem que tudo o que
fazem está certo. Pois fizeram com boa intenção, fizeram como
consideram correto. Deram o melhor de si mesmas. Mas esse “melhor
de si mesmas”
é o melhor de acordo com o seu
julgamento, de acordo com o seu
gosto, de acordo com a sua
opinião. Não se deram ao trabalho de tentar olhar pela perspectiva
do outro, não se esforçaram para se colocar no lugar do outro.
O
que faz alguém ser capaz de saber o que sentimos? A sintonia com
nossas dores, com nossas emoções, com nossas necessidades. Minha
filha Sofia, quando viu o filme do Bambi pela primeira vez, chorou
inconsolável quando se deu conta de que a mãe do Bambi tinha
morrido. Isso é empatia. Se ver na pele do outro. Imaginar o
sentimento do outro e senti-lo. É isso…
*MOREL
FELIPE WILKON.
Artigo virtual disponível no site “Espírito
Imortal”.
http://www.espiritoimortal.com.br/o-espiritismo-e-a-empatia-colocar-se-no-lugar-do-proximo/
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