OBSERVEMOS
AMANDO*
Emmanuel
(Espírito)
“Por que vês o cisco no olho do teu
irmão e não percebes a viga no teu olho?”
Jesus de Nazaré (Mateus,
7:3.)
Habitualmente,
guardamos o vezo de fixar as inibições alheias, com absoluto
esquecimento das nossas.
Exageramos
as prováveis fraquezas do próximo, prejulgamos com rispidez e
severidade o procedimento de nossos irmãos...
A
pergunta do Mestre acorda-nos para a necessidade de nossa educação,
de vez que, de modo geral, descobrimos nos outros somente aquilo que
somos.
A
benefício de nossa edificação recordemos a conduta do Cristo na
apreciação de quantos lhe defrontavam a marcha.
Para
muitos, Maria de Magdala era a mulher obsidiada e inconveniente; mas
para ele surgiu como sendo um formoso coração feminino, atribulado
por indizíveis angustias, que, compreendido e amparado, lhe
espalharia no mundo o sol da ressurreição.
No
conceito da maioria, Zaqueu era usurário de mãos azinhavradas e
infelizes; para ele, no entanto, era o amigo do trabalho a quem
transmitiria alevantadas noções de progresso e riqueza.
Aos
olhos de muita gente, Simão Pedro era fraco e inconstante; para ele,
contudo, representava o brilhante entranhado nas sombras do
preconceito que fugiria à luz do Pentecoste para veicular-lhe o
Evangelho.
Na
opinião do seu tempo, Saulo de Tarso era rijo doutor da lei mosaica,
de espírito endurecido e tiranizante; para ele, porém, era um
companheiro mal conduzido que buscaria, em pessoa, às portas de
Damasco para ajudar-lhe a Doutrina.
Observemos
amando, porque apenas
o amor puro arrancará por fim as escamas de treva dos nossos olhos
para que os outros nos apareçam na Benção de Deus que,
invariavelmente, trazem consigo.
EMMANUEL (Espírito). Psicografia de
Francisco Cândido Xavier. Palavras
de Vida Eterna. Edição FEB.
Cap. 35.
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